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Sejam bem vindos. O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais, em especial acerca dos direitos e luta da juventude e dos trabalhadores, inclusive, mas não só, desde o ponto de vista jurídico, já que sou advogado.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Caso Cesare Battisti: DANÇARINAS E JURISTAS

por Laerte Braga,

escritor e jornalista


“Não me parece que o Brasil seja conhecido por seus juristas, mas sim por suas dançarinas. Portanto, antes de pretender nos dar lições de Direito, o ministro da Justiça faria bem se pensasse nisso não uma, mas mil vezes”. A afirmação foi feita pelo deputado italiano Ettore Pirovano, da Liga Norte, partido de extrema direita Referia-se à decisão do ministro da Justiça Tarso Genro de conceder a Cesare Battisti o status de refugiado político.


Um dos pontos chaves da plataforma do partido desse deputado é a divisão da Itália. O norte, mais rico e o sul, mais pobre.


A primeira dançarina que o embaixador italiano contratou no Brasil foi Gilmar Mendes, funcionário de Daniel Dantas e posto por conta da irresponsabilidade do chamado estado democrático, na função de presidente do que deveria ser a corte suprema de justiça.


Michele Valensise ao retornar ao Brasil, havia sido chamado pelo governo (governo ou filme pornô?) de Sílvio Berlusconi em atitude de protesto contra a decisão de Tarso Genro, visitou Gilmar Mendes. Como convém a esse tipo de “visita”, entrou pela porta dos fundos do camarim da dançarina preferida de Daniel Dantas.

Levou flores, perfumes e uma garrafa de bom vinho italiano com certeza. E outros mimos, lógico, dançarinas como Gilmar adoram aquele negócio de dançar agarradas a um mastro (epa!) e ir juntando os dólares que são jogados pela platéia. Guardam estrategicamente no sutiã ou na parte debaixo, digamos assim, pudicamente, do modelo duas peças que usam.


Daí a somar outras dançarinas e complicar a situação tentando subverter a constituição, não foi tão difícil assim. As luzes e neon italianos, naturalmente tudo acrescido de presunto de Parma e queijos os mais variados, fizeram com que todos terminassem no reservado do gabinete e uma grande farsa fosse montada para justificar aquela noite de excessos e libações.


Lembra as casas de banho dos imperadores romanos.


Desde os dois habeas corpus concedidos a Daniel Dantas, a impunidade em torno de suas negociatas com o tal instituto que montou para vender diplomas, empregar outras dançarinas, inclusive supostos repórteres de tevê (da GLOBO lógico, Eraldo Pereira e receber verbas públicas em convênios fajutos, Gilmar se acha a primeira dançarina da companhia e acredita que suas curvas lhe dão o direito de submeter o Brasil ao regime podre e fétido do tucanato DEMocrata. É muito silicone.


Boa parte de culpa nesse strip tease é do governo Lula que aceitou passivo as falsas denúncias feitas pela mídia corrompida (VEJA) no caso de gravações inexistentes no gabinete da dançarina em epígrafe, desmontando um trabalho extraordinário do delegado Protógenes Queiroz e por extensão, todo um processo posto em marcha na Polícia Federal contra esse tipo de prostituição, a pior de todas.


A frase do deputado Ettore Pirovano, por exemplo, jamais foi citada pela REDE GLOBO, ou qualquer veículo do grupo, sabidamente uma agência estrangeira em ação no País.

Em contrapartida William Bonner, porta-voz da boate BBB, uma espécie de conglomerado FIESP/DASLU, PSDB, DEM, latifundiários, grandes empresários e banqueiros, compareceu ao programa de Maria Beltrão para discorrer sobre como mentir e formar Homer Simpsons em série, abóboras, permitindo que os telespectadores escolhessem a cor da gravata que a ser usada na edição do JORNAL NACIONAL (NACIONAL deles, nunca é demais lembrar).


Você escolhe a gravata de Bonner, especialistas tecem comentários em torno das gravatas oferecidas como opção e Bonner fala as mentiras de todo o dia, secundado por figuras como Miriam Leitão, engravatado e enfarpelado pelo próprio “abóbora”.


O falecido Jô Soares costumava dizer quando vivo que “homem de gravata eu respeito”. Deve ser por aí.


Cesare Battisti é só o bode expiatório de um processo bem mais amplo. A face visível de um jogo sórdido transformado em espetáculo, como convém aos dias atuais. Gilmar no mastro principal, tudo a média luz e Cezar Peluzo em performances de acrobacia jurídico/dançarina.


Não contavam com Marco Aurélio Mello, no tipo batida policial desmontando toda a jogatina e toda a prostituição que rolava na aparente agência funerária, quer dizer, corte suprema.


Nem por isso Gilmar se deu por vencido. Já anunciou que o caso pode ter novos desdobramentos, ou seja, mantém a disposição de continuar dançando e se for o caso ir tirando os adereços até a nudez total, sem o menor constrangimento, está lá para isso.


Na Vila Mimosa tem mais respeito, é proibido cuspir no chão, que dirá travestir-se de ministro do que deveria ser uma corte suprema.


O presidente da República só tem uma opção. Conceder o status de refugiado a Battisti, ou se for o caso, até de exilado, já que demonstrado à larga que por trás de todo esse tango Fernando Henrique Cardoso andou na cozinha e colocou a cozinheira no Senado em troca do silêncio.


Do contrário deixa claro que foi seduzido pela dançarina Gilmar Mendes e a bota vai lhe ser aplicada da forma mais vergonhosa possível, como tacão fascista, no lugar mais humilhante já imaginado.


A sentença que condenou Battisti na Itália usa trinta e quatro vezes, o ministro Marco Aurélio citou isso em seu voto, a expressão “crime político”.


A presença acintosa do embaixador da Itália na primeira mesa do salão principal da boate fere a soberania brasileira, tanto quanto a declaração estúpida do deputado Ettore Pirovano.


As declarações do presidente do Senado José Sarney “recomendando” a Lula que cumpra a decisão do STF fazem jus a uma velha mundana, já desdentada e ornada por bigodes imorais, que montou praça na política e vendeu tudo o que podia, como se deixou comprar todas as vezes que a relação custo despesa lhe era favorável.


Existem determinados momentos na vida que ou você passa batido e nem olha para o lado, do contrário vira estátua de sal. Não é o dilema de Lula. É só ser Lula, nada além disso.


A empreiteira responsável pela parte que desabou do Rodoanel em São Paulo, obra superfaturada e contribuinte da caixinha tucana, havia sido desqualificada de mentirinha no primeiro lance da licitação. Associou-se a uma das ganhadoras e segundo um engenheiro disse hoje, empregado da firma, não usou sequer material de segunda, mas de quinta. Não vai dar na GLOBO.


O destaque vai ser a gravata de Bonner. E a culpa é da falta de ranhuras nas pistas do aeroporto de Congonhas.


Dizer que as instituições ditas democráticas estão virando um circo é ser injusto com o circo e os que ali trabalham. Um prostíbulo, é faltar com respeito a mulheres que são pegas em condições desfavoráveis de trabalho.


Mas dizer que está uma bagunça não ofende ninguém. E que a boate da dançarina Gilmar Mendes está fora de qualquer padrão que se possa imaginar como mínimo de justificativa, é só estar constatando uma realidade.

Cinco dançarinas e quatro ministros, com todo respeito e toda reverencia a todas as dançarinas.


Só se espera que Lula não caia no conto dessas sereias falsificadas e com perfume italiano de quinta categoria.


Pela dignidade do Brasil.


Quem sabe na próxima Gilmar não permite aos brasileiros escolher a cor do biquíni a ser usado no show?


E antes que me esqueça, o novo filho de FHC também virou empregado do Senado.


Quem sabe?


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PS: Ainda que não comungue totalmente com o artigo, compartilho com leitores do Blog pois dimensiona o absurdo que se constituiu a decisão do Supremo sobre Cesare.


Adriano Espíndola

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