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Sejam bem vindos. O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais, em especial acerca dos direitos e luta da juventude e dos trabalhadores, inclusive, mas não só, desde o ponto de vista jurídico, já que sou advogado.

sábado, 7 de agosto de 2010

Zé Maria no canteiro de obras, com a classe operária. Veja o Vídeo.

Orgulho de ser socialista! Meu candidato com os trabahadores, num canteiro de obras no Ceará. Assistam e divulgem!

Cliquem aqui, para ver os post sobre Adoniran

MAIS UM POUCO DE ADONIRAN BARBOSA – O SAUDOSO MALANDRO

SAUDOSO MALANDRO

por WILSON H. SILVA
da redação do Opinião Socialista e membro da Secretaria Nacional de Negros e Negras dos PSTU

Há 100 anos, nascia  Adoniran Barbosa, um dos músicos mais geniais e irreverentes da MPB,  em Valinhos (SP), em 1910, com o nome de João Rubinato, este filho de imigrantes italianos talvez tenha sido um dos que mais profundamente incorporou as contradições e o “espírito” da capital paulista que, entre os anos 1930 e 60, transformou-se no centro industrial e financeiro do país no mesmo ritmo em que suas “malocas” eram derrubadas e seu povo empurrado para os arredores das estações da ferrovia.

Um compositor que, como poucos, soube mergulhar no sofrido cotidiano do povo, em seus amores muitas vezes destrambelhados e nas muitas facetas da sociedade brasileira.

Crônicas com sotaque popular
Com cerca de 12 anos, Adoniran abandonou a escola e passou a percorrer as ruas da Grande São Paulo como entregador de marmitas. Anos depois, já na capital, fez um pouco de tudo. Foi vendedor, pedreiro, garagista, mascate, encanador, garçom e metalúrgico.

Foi vagando pela cidade e no contato direto com suas camadas mais populares, que Adoniran compôs sambas embriagados pelo linguajar das ruas e de seus muitos migrantes e imigrantes. Nesse sentido, o fato do bairro do Bexiga estar no centro de sua obra não é mero acaso. Afinal, no decorrer do século, suas ruas e vielas abrigaram sucessivamente ex-escravos negros, migrantes italianos pobres e, finalmente, um agitado centro da boemia paulistana.

Sua carreira teve início em 1934, depois de vencer um concurso de marchinhas. O sucesso lhe rendeu um convite para trabalhar como ator cômico, locutor e discotecário na Rádio Record, onde Adoniran criou personagens tão antológicos, críticos e populares quanto os de suas músicas, como Charutinho que, direto do fictício Morro do Piolho, espinafrava a elite, os preconceitos e os costumes da época.
O sucesso chegou em 1955, com a gravação de dois de seus “clássicos”: “Saudosa maloca” e “Samba do Arnesto”. E, mesmo assim, foi passageiro, fazendo com que Adoniran só voltasse a estourar de novo dez anos depois, quando – numa evidente demonstração de sua “universalidade” – a paulistaníssima “Trem das Onze” venceu um concurso de músicas carnavalescas em plena “capital do samba”, o Rio de Janeiro, tornando-se a música mais tocada no Carnaval de 1964. Na ocasião, a música foi interpretada pelos “Demônios da Garoa”, grupo desde sempre identificado com a obra do compositor.

Sua obra foi marcada por um caminho bastante diferente da maioria dos sambistas, de sua época. Enquanto na década de 50, a maioria dos sambistas – seduzida pelo mercado radiofônico e pelo discurso desenvolvimentista dos “Anos J.K.” – embalava os ritmos populares em letras recheadas de exaltações ao modo de vida e aos valores burgueses, Adoniran caminhava no sentido oposto.

Seus personagens e “heróis” são os desabrigados, os trabalhadores informais, os negros e, também, as mulheres que, apesar de marcadas pelo machismo, vez ou outra conseguem romper com a opressão, como são os casos da “Malvina” e da “Gerarda”, que abandonam seus chorosos maridos, ou da “Carolina”, que sai da favela para se tornar escritora.

São, enfim, os “desajustados”, que vagam solitários em meio à crescente multidão que ocupa uma cidade cuja elite quer transformar em símbolo do “progresso”, do trabalho e da ascensão social. Um projeto obviamente pensado a partir da marginalização de um povo jogado à sua própria sorte.

Malandragem “à paulista”
Em “Güenta mão, João”, por exemplo, Adoniran se remete ao sempre trágico problema das enchentes (“Não reclama / porque o temporal / destruiu teu barracão. / Não reclama, / güenta a mão, João. (...) Não reclama,/ pois a chuva só levou a tua cama”). Já em “Conselho de mulher”, os alvos são o discurso patronal e desenvolvimentista (“Progréssio, progréssio / Eu sempre escuitei fala / Que o progréssio vem do trabaio / Então amanhã cedo nois vai trabaia”). E, em “Luz da Light” a ironia se volta contra os apagões na periferia e nos morros.

Uma das carac terís ticas mais marcantes de Adoniran é o uso da fala das ruas, que revestida com sarcasmo e ironia, inverte valores e desmonta a “seriedade” do discurso dominante, inclusive do ponto de vista gramatical. Adoniran levava para suas músicas a rica fala que brotou do encontro de negros e imigrantes. Como ele próprio dizia: “O que eu escrevo está lá direitinho no Bexiga. Lá é engraçado... o crioulo e o italiano falam igualzinho”.

Esse passeio pelas bordas da sociedade contaminou até mesmo seu universo “romântico”. “Iracema” (1956), por exemplo, vítima da urbanização da cidade, parte para “juntinho de nosso sinhô”, depois de ser atropelada na Av. São João, deixando para trás apenas suas meias e sapatos. Fato, diga-se de passagem, inspirado numa notícia de jornal.

Contudo, foi em “Tiro ao Álvaro” (1960) que Adoniran promoveu um dos encontros mais belos entre as coisas do coração e as conturbações da realidade. Afinal, foram poucos o que conseguiram traduzir os descaminhos do amor de forma, ao mesmo tempo, tão “mundana” e poética como nos seus versos: “Teu olhar mata mais do que bala de carabina / Que veneno e striquinina / que peixeira de baiano / Teu olhar mata mais do que atropelamento de automóvel / Mata mais que bala de revórver”.

Viveu e morreu entre os seus
Uma faceta pouco conhecida de Adoniran foram suas passagens pela TV e pelo cinema, onde foi para lá de eclético. Fez chanchadas, como “Pif-Paf” (1945); teve uma participação de destaque em “O cangaceiro” (1953), um dos maiores sucessos do cinema brasileiro. Na televisão, participou de novelas como “Mulheres de Areia” e “Ovelha Negra”.

Esse “ecletismo” também se manifestou em sua obra musical, da qual consta, por exemplo, o belíssimo samba-canção “Bom dia, tristeza”, em parceria com Vinícius de Morais e gravado por Aracy de Almeida.

Apesar de ter conhecido o sucesso pouco antes de sua morte, Adoniran nunca foi totalmente digerido pelos meios de comunicação, tendo gravado só três discos (todos entre 1973 e 80), além dos “compactos” da década de 50.

No final de sua vida, um tanto amargurado por ver sua música saindo das periferias para ser resgatada apenas nos círculos “intelectuais”, Adoniran ainda enfrentou uma situação financeira bastante delicada.

Conhecido por gastar seus rendimentos com a boemia e com uma “generosidade” desgovernada com seus amigos de boteco, Adoniran morreu empobrecido. Mas não só devido a seus “exageros”. Pelo contrário. Assim como muitos daqueles que o inspiraram, Adoniran viveu, a partir de 1972, dependendo de uma mísera pensão de aposentado e dos poucas e mal pagas apresentações que fazia em circos e pequenos shows.

Fonte: Site do PSTU , clique aqui e conheça

Leia também o POST ADONIRAN: Cem anos do poeta do povo, cliuqe aqui

* Pequena edição na introdução, vez que o texto foi originalmente escrito para lembrar da data de falecimento de  Adorinan, por Adriano Espíndola, o original pode ser encontrado clicando aqui

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PSTU força o debate sobre a lei eleitoral: MOVIMENTO QUERO ZÉ MARIA NO DEBATE


Redação - Observatório do Direito à Comunicação

05.08.2010

O poder das emissoras de televisão na condução da cobertura eleitoral foi questionado pela candidatura de Zé Maria (PSTU) via Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O candidato solicitou a suspensão do debate dos candidatos à presidência na Rede Bandeirantes programado para esta quinta-feira (5), com base em artigos da Constituição Federal e da Justiça Eleitoral. Apesar de indeferido, o pedido do PSTU foi avaliado pelo juiz do Tribunal Superior Eleitoral, Joelson Dias, como instigante e recomendou maior reflexão sobre a matéria.

O requerimento do PSTU argumenta que a Lei Eleitoral (9.504/97), obriga, no Artigo 46, as emissoras a convocar e consultar todos os presidenciáveis para os debates e que as regras devem ser aprovadas por pelo menos 2/3 dos pleiteantes. Ou seja, seis dos nove candidatos registrados junto ao TSE precisam validar as regras. Somente Dilma Roussef (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) asseguraram participação nos debates da TV aberta.

A candidatura de Zé Maria questiona também o fato de a Lei de 1997 não proíbe a participação de todos os candidatos nos debates, cabendo as emissoras escolherem os candidatos. Porém, a mesma legislação permite que apenas os candidatos com pelo menos três representantes na Câmara Federal integrem a discussão.

Tem sido exatamente este o critério usado pelas redes de TV para convidar apenas parte dos presidenciáveis para os debates. As emissoras dizem que debates com muitos participantes não seriam viáveis e utilizam a Lei Eleitoral para justificar os cortes.

O argumentos colocados pelo PSTU podem ser fortalecidos caso outros presidenciáveis entrem em ação conjunta.

O Observatório do Direito à Comunicação tentou falar com outros quatro candidatos que ficam de fora do debate da Band, mas só obteve sucesso com assessoria de José Maria Eymael (PSDC), que também não foi convidado e achava pouco provável uma posição favorável do TSE. Segundo os assessores do PSDC, a Band e Rede Globo são as emissoras com maior dificuldade de inserção de candidatos nos debates. Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB) e Rui Pimenta (PCO) completam a lista dos pleiteantes.

Nas palavras de Zé Maria as empresas de televisão, embora concessões públicas, escolhem o que mostram e, com isso, uma parte da população fica sem saber quais são os candidatos. “O fato da legislação facultar, não significa dizer que não pode levar os candidatos”, explica o candidato do PSTU. Para tentar participar do debate o partido recorreu a uma segunda estratégia, um "twittaço" (#zemarianodebate) a partir das 15 horas desta quinta-feira. O objetivo é chegar entre os mais replicados no twitter e comover os eleitores.

A assessoria do PSTU confirmou que a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) apoiou o movimento pela participação no debate.

Além do twitter, o envio de e-mails à Band é outra estratégia que vem sendo utilizada pela campanha do PSTU. Em 2002 uma corrente de e-mails fez com que Jô Soares (Globo) entrevistasse Zé Maria.


Fonte: Direito a Comunicação

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Militantes iniciam campanha para Zé Maria participar dos debates


Twitter, Orkut, blogs, e-mail. Se você é a favor da democracia na campanha eleitoral e acha que todos têm o direito de conhecer todos os candidatos, participe. No twitter, escreva#zemarianodebate. Comente nas notícias sobre a campanha eleitoral, envie mensagens aos portais e emissoras cobrando o convite ao Zé Maria! Vamos utilizar a rede para furar o bloqueio da mídia e divulgar as propostas de uma campanha socialista!

Todos conhecem o caráter antidemocrático das eleições e da campanha eleitoral. Enquanto os grandes partidos, que representam a manutenção do status quo, contam com a maior parte do tempo da propaganda eleitoral do rádio e TV, os pequenos partidos, sobretudo de esquerda, dividem míseros segundos de exposição.

Isso ocorre porque todo o sistema eleitoral no país é estruturado para garantir a dominação dos mesmos partidos e da mesma política, com o mínimo de mudança possível. Um sistema que garante ao PT e PSDB não só milhões de bancos e empresas, mas também a quase totalidade do tempo de TV.

Os debates entre os candidatos promovidos pelas emissoras de TV, e agora também pelos portais de notícias na Internet, poderiam ser um importante canal de discussão política, onde todos os partidos pudessem expor suas opiniões de forma democrática, sem marqueteiros, efeitos especiais e campanhas milionárias. No entanto, nem mesmo esse espaço é aberto a quem resolve contestar a atual política, o regime e até o sistema capitalista.

Debate incompleto
Nessas eleições, as emissoras estão se valendo de uma lei que as obriga a convocar apenas os candidatos à presidência cujos partidos tenham representação parlamentar. A utilização dessa lei restringe os debatedores a apenas quatro. Tentam, assim, com um discurso pretensamente democrático, impedir o debate político e a contestação e, sobretudo, impedir que a população conheça os candidatos que fogem da polarização entre PT e PSDB.

Por isso militantes, ativistas e apoiadores da campanha “Zé Maria Presidente”, além de pessoas que simplesmente defendem a democracia na campanha eleitoral, estão iniciando uma campanha na Internet exigindo que as emissoras chamem Zé Maria para participar dos debates eleitorais.

O que devo fazer?
Twitter, Orkut, blogs, e-mail. Vale tudo para divulgar a campanha. Se você é a favor da democracia na campanha eleitoral e acha que todos têm o direito de conhecer todos os candidatos e suas propostas, participe. No twitter, escreva
#zemarianodebate. Comente nas notícias sobre a campanha eleitoral nos portais de noticia. Envie mensagens aos portais e emissoras cobrando o convite ao Zé Maria! Vamos utilizar a rede para furar o bloqueio da mídia e divulgar as propostas de uma campanha socialista!

domingo, 1 de agosto de 2010

O que Mércia e Eliza têm em comum?

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CRISTIANE ABREU, DE FORTALEZA (CE)

A advogada Mércia Nakashima encontrava-se desaparecida desde o dia 23 de maio de 2010. Seu corpo foi encontrado no dia 11 de junho do mesmo ano, na represa de Nazaré Paulista, no Interior de São Paulo. O principal suspeito do crime é o ex-namorado da moça, o também advogado Mizael Bispo.

Já Eliza Samúdio estava desaparecida desde 4 de junho, quando, segundo testemunhas, deixou um hotel na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio e seguiu para um sítio, no Município de Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), de propriedade do goleiro do Flamengo, Bruno, de quem era amante e com quem afirmava ter um filho. De acordo com amigos da jovem, Eliza teria ido ao sítio do atleta rubro-negro para tentar chegar a um acordo sobre a briga na Justiça a respeito do reconhecimento do filho. No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias de que a mesma havia sido espancada e morta no citado sítio.

O desaparecimento da advogada Mércia e da jovem Eliza estão sendo intensamente noticiados nos principais meios de comunicação. As notícias, porém, ficam no campo do crime em si, do desenrolar das investigações. As respostas que devemos buscar, contudo, estão no seio desta sociedade, imperada por uma forte opressão silenciada contra a mulher.

Os dois crimes chocam a sociedade pela brutalidade e frieza com que foram cometidos; pela agonia pela qual passaram os familiares das duas moças, a esperança de encontrá-las vivas e, principalmente, pela deficiência e demora da polícia que não parece agir com a devida rapidez, no sentido de solucionar o caso para que os culpados sejam presos.

Mizael, segundo familiares da moça, era rude e agressivo com Mércia, que se tornava outra pessoa, irreconhecível, quando estava junto ao rapaz. Por conta desses fatores, a família de Mércia se posicionava contra o relacionamento, apesar disso a relação durou cerca de quatro anos. Em outubro de 2009, Eliza já registrara na polícia uma queixa de seqüestro, agressão e ameaça, contra o goleiro Bruno. A moça estava grávida e teria sido obrigada a abortar o filho que seria do goleiro e, recusando-se a cometer tal ato, foi dopada e tomou medicamentos que abortivos, os quais, contudo, não surtiram o efeito desejado pelo goleiro. Não é demais enfatizar: Eliza já tinha sido vítima de agressões por parte do goleiro Bruno, denunciando-o à Delegacia de Atendimento a Mulher no Rio de Janeiro. Todavia, Bruno continuou livre e confiante para levar até as últimas conseqüências seus atos violentos contra Eliza.

O sensacionalismo que cerca o noticiário acerca destes dois crimes brutais não quer dizer, a princípio, que a imprensa brasileira, dominada pelos interesses do mercado, esteja necessariamente comovida com os atos de covardia, machismo e o crime maior, a perda da vida, impetrados contra as mulheres.

Certamente, é mais do que legítimo que sejam denunciados através da mídia, atos de opressão e crimes contra as mulheres (e homens) de qualquer classe social. Não podemos deixar de indagar, contudo, quantas Mércias e Elizas não são mortas por seus companheiros, em situações igualmente cruéis e selvagens e que as páginas e vozes da imprensa, qualquer imprensa, deixam passar praticamente em branco. Provavelmente, não vêm, essas tantas outras, de famílias de advogados, pertencentes à classe média, ou têm, como companheiro, o goleiro de um clube da alta elite do futebol brasileiro.

Cotidianamente, mulheres trabalhadoras, mães de família, jovens ou senhoras, solteiras ou casadas, são vítimas do machismo e de todo tipo de exploração, porém, essas situações além de não merecer a atenção da mídia, na maioria dos casos, sequer são denunciadas nas delegacias. O que leva essas mulheres a se recolherem? Vários fatores, a nosso ver: falta de informações sobre seus direitos, por um lado; e falta de confiança nas instituições policiais (inseridas que estão num Estado burguês que avilta sistematicamente esses parcos direitos duramente conquistados); vergonha; e, principalmente, medo, medo de que lhes venha a acontecer o que aconteceu com Mércia e Eliza.

Com efeito, vivemos em uma sociedade, onde homens como Bruno são denunciados por suas companheiras por espancamento, seqüestros, ameaças e não lhes acontece nada, no máximo, vão pagar algumas cestas básicas e depois sair contando vantagem para seus amigos. Vivemos em uma sociedade, onde homens, assim como Mizael, não podem ser preteridos pelas namoradas, pois são machos, caçadores, são eles que ficam por cima e são eles que devem dizer quando a relação acabou.

O que Mércia e Eliza têm em comum? Bem, elas foram vítimas do mais puro machismo propalado por esta sociedade capitalista. É bem verdade que as origens do machismo são anteriores ao capitalismo, encontrando vigência em outras formas de organização social fundadas na propriedade privada e na exploração do homem pelo homem. No capitalismo, contudo, o machismo mostra sua face mais cruel e violenta, pois é reproduzido pela família, escola, religião e, mais ou menos abertamente, através da mídia, da música, dos filmes e novelas, passando, enfim, tudo a ser visto com algo natural e comum.

Entretanto, não podemos aceitar o machismo, pela mistificação da simples condição “Eu sou homem”. Muito pelo contrário, devemos combatê-lo e denunciá-lo diariamente, entre nossos familiares e amigos, assim como devemos encorajar nossas amigas, vítimas de qualquer tipo de opressão, a se dirigirem a uma delegacia. Devemos lutar para que estes homens que cometem atos violentos e agressivos contra as mulheres sejam severamente punidos, devemos lutar por leis que garantam a seguridade das mulheres, pois não podemos permitir que as agressões sofridas pelas mulheres caiam na impunidade e no esquecimentoPor fim, não podemos nos esquecer de que a luta da mulher contra todo tipo de opressão, a luta, em suma, por sua emancipação, se dá no mesmo campo da luta dos trabalhadores. É no palco da luta de classes, que se entrava nossa tarefa maior. Lutar contra esse machismo exacerbado ao qual o homem é também vitimado significa lutar contra a exploração do homem pelo homem, contra a propriedade privada e contra o capital, pois, se é verdade o que certa vez, disse Lênin - “O proletariado não alcançará a emancipação completa se não for conquistada primeiro a completa emancipação da mulher”- a emancipação da mulher só será plenamente conquistada quando plena for a libertação da classe trabalhadora.

fonte: site do PSTU