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Sejam bem vindos. O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais, em especial acerca dos direitos e luta da juventude e dos trabalhadores, inclusive, mas não só, desde o ponto de vista jurídico, já que sou advogado.

sábado, 12 de junho de 2010

FLAGRANTE: VIDEO DE BRASILEIRA MOSTRA O ATAQUE SIONISTA À FLOTILHA / DENÚNCIA DE SAQUE DA AJUDA HUMANITÁRIA

A cineasta brasileira que estava no comboio humanitario à Gaza postou cenas que filmou no momento em que Israel atacou a Flotilha da Liberdade, causando diversos mortos e feridos.

Pode-se ver que os soldados começaram a atirar com  miras laser antes mesmo de invadirem o navio.

O video pode ser visto no link da Organização Culturas de Resistência -

 http://www.culturesofresistance.org/gaza-freedom-flotilla

Vejam também denúncia do jornalista GEORGES BOURDOUKAN, que denuncia em seu Blog (BLOG DO BOURDOUKAN) que Israel  saqueou a ajuda humanitária que estavam nas embarcações atacadas.

Verdadadeiros corsários.

clique aqui para acessar a matéria no referido Blog do Bourdoukan.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nota oficial da Conlutas sobre os acontecimentos dos Congressos da Conlutas e Conclat

Amigos e amigas,

Como deve ser de conhecimento da maioria de vocês, a Conlutas, a Intersindical, o MTL, entre outros convocaram um congresso, ocorrido recentemente, da classe trabalhadora, onde se buscava a fusão destas entidades.

Infelizmente, a Intersindical, não obstante ter concordado com os critérios de convocação do congresso, inclusive com aqueles para resolver as polêmica, após participar de todas as votações, se retirou do congresso, o qual, ainda que resultou na fundanção de uma nova entidade, restou numa derrota de nossa classe.

Espero, sinceramente, que os camaradas da Intersindical revejam suas posições.

Aqui trago uma Nota da Conlutas sobre o assunto e, ainda, um vídeo com Zé Maria de Almeida, pré candidato do PSTU, e Cacau, pela Conlutas,  falando sobre o tema.

Divulguem.

Adriano

 


Leia abaixo a íntegra da nota oficial da Conlutas sobre o Conclat

O Conclat – Congresso Nacional da Classe Trabalhadora – aglutinou 4.000 participantes, dos quais 3.180 delegados/as, com uma representação de base dos sindicatos de cerca de 3 milhões de trabalhadores/as. A Conlutas era a organização com maior representatividade. Nosso Congresso contou com 1.800 delegados/as.

O que era para ser uma grande vitória do processo de reorganização, infelizmente, se transformou numa derrota, pela decisão do bloco Intersindical/Unidos/MAS de se retirar do Congresso depois de perder a votação do nome da nova entidade.

Toda a programação do Congresso foi garantida: do ato político de abertura, passando pela defesa das teses em plenário, trabalhos em grupo até a plenária final de votação das resoluções. O Congresso deliberou sobre os principais temas em discussão: Conjuntura e plano de ação, caráter, composição e funcionamento da Central.

A última votação importante, antes da eleição da Secretaria Executiva, era a definição do nome da nova central. Após um intenso debate acerca das propostas apresentadas, sagrou-se vencedora a proposta do nome da nova central ser “Conlutas/Intersindical – Central Sindical e Popular” apresentada pelo MTL e defendida pela Conlutas.

Na votação, essa proposta obteve cerca de 2/3 dos votos. O resultado foi acatado publicamente pelos demais setores. Tudo isso está filmado e estará disponível nos próximos dias na internet.

No entanto, depois desta votação, a Intersindical decidiu abandonar o Congresso, no que foi seguida pelas delegações do MAS – Movimento Avançando Sindical – e pelo agrupamento “Unidos Pra Lutar”.

Uma prática inaceitável - O Conclat só foi convocado porque a Intersindical e demais setores envolvidos no debate da reorganização concordaram em chamar um CONGRESSO DELIBERATIVO, que decidisse pelo voto dos delegados/as as polêmicas que não se resolvessem entre as organizações envolvidas no processo.

Essa decisão foi tomada, por unanimidade, no Seminário Nacional realizado em novembro de 2009, na Quadra dos Bancários, em São Paulo.

Sem essa condição não seria possível chamar o Congresso, pois polêmicas tão ou mais importantes que a do nome ainda estavam pendentes, tais como o caráter e a composição da Central, o formato e funcionamento da direção.

Durante todo o período anterior, a Comissão pela Reorganização/Coordenação pró Central funcionou tendo por base o acordo político. Esgotada essa fase, de acúmulo nos debates e conhecimentos das distintas opiniões, convocou-se o Congresso para que a base decidisse tudo o que não foi possível resolver por consenso.

A ruptura do Congresso pelo bloco Intersindical/Unidos/MAS, então, só se explica porque esses setores não aceitam que a base decida as polêmicas que as direções não foram capazes de resolver, e querem impor, por acordo entre as correntes, as suas posições por sobre o que a base decide. Isso evidentemente seria um retrocesso inaceitável.

Nenhuma entidade que sirva à luta dos trabalhadores funciona em base a esse critério, pois, desta forma, nossa Central deixará de ser um instrumento de aglutinação e de luta dos trabalhadores/as e passará a ser um fórum de discussão permanente entre dirigentes, sem serventia para a luta e a defesa dos trabalhadores/as.

Entendemos que todos os esforços devem ser feitos para que os/as companheiros/as do bloco Intersindical/Unidos/MAS revejam suas posições e se incorporem à nova central criada no Conclat. Esforços podem e devem ser feitos para aparar as arestas e diferenças menores. No entanto, o respeito à democracia operária deve presidir o funcionamento da entidade e a relação entre os setores envolvidos.

É inconcebível que a cada vez em que se encontrem em minoria num debate os dirigentes se levantem, se retirem das discussões, ou simplesmente abandonem a organização. Nenhuma organização séria, para a luta dos trabalhadores, poderia ser construída em base a este critério.

O Congresso se restabeleceu com a maioria ainda presente e concluiu o processo de constituição da nova Central, elegendo uma Secretaria Executiva Provisória, conformada praticamente por consenso, para encaminhar as resoluções aprovadas no Congresso.

A Secretaria (conformada por representantes de diversas entidades como a Conlutas, MTL, MTST, dentre outros) se reunirá nos próximos dias e certamente adotará resoluções buscando restabelecer a unidade e o respeito às decisões coletivas tomadas no Congresso, bem como tomará em suas mãos o encaminhamento do plano de lutas aprovado e a organização da nova Central fundada no Conclat.

São Paulo, 8 de junho de 2010.
Coordenação Nacional de Lutas

FONTE DA NOTA: SITE DA CONLUTAS, CLIQUE AQUI E VISITE

FONTE DO VÍDEO: SITE DO PSTU

terça-feira, 8 de junho de 2010

SOBRE A MORTE DA CONSCIÊNCIA

Amigos e amigas,

Quinta-feira, faço um novo post da campanha contra o veto de Lula ao fim do fator previdenciário e ao aumento das aposentadorias, principal temática do blog neste momento.

Isso porque, acabo de ler um texto, um tanto o quanto perturbador, que merece ser lido com atenção por todos vocês.

Seu autor, fala da morte.

Não da morte física, mas da morte da consciência, para qual esse blog, sem falsa modéstia, tenta ser um caminho para a ressurreição.

Sem amém, é claro e por favor.


Ah, já ia esquecendo, o texto é de João Paulo Silva, do ótimo blog As Crônicas de João. Visitem http://ascronicasdojoao.blogspot.com/

Abraços

Adriano Espíndola


Mortos

Por João Paulo da Silva

- Diga-me, Seu João, por que pensa que está morto?
- Existem evidências, doutor.
Pausa reflexiva do médico.
- O senhor trabalha?
- Sou operário.
- Gosta do que faz?
- Deveria? Está claro que o doutor não percebe as evidências, não é?
- Infelizmente, não. Mas se o senhor estiver disposto a dividi-las comigo, posso tentar perceber.
Nova pausa.
- Algum problema, Seu João? Sente-se à vontade?
- Não muito.
- Quer que feche a janela?
- Não, não, não! Seria o mesmo que fechar a tampa do caixão e pôr a última pá de terra.
- Por que ainda insiste nessa história? Por que pensa que está morto?
- Porque realmente estou.
O médico coça o queixo, intrigado.
- Se está verdadeiramente morto, como posso vê-lo? O senhor é um espírito?
- Não se trata desse tipo de morte.
- De que tipo então?
O paciente deixou um riso debochado escorrer pelo canto da boca. Após um suspiro, provavelmente de impaciência, o médico continuou:
- Diga-me, Seu João, o senhor já amou?
- E o que é o amor? Como é que se sabe quando é amor?
- Bom, o amor é gostar de estar perto, é querer bem o outro ser, é poder completar a si mesmo no outro... essas coisas.
- Isso é pieguice, nada mais.
Silêncio. O médico e o paciente se estudam através de olhares. Por fim, o paciente fala:
- Diga-me, doutor, o senhor “cheira”?
- Já cheirei. Influência freudiana.
- O senhor fuma?
- Dois maços.
- Bebe?
- Socialmente.
- Trepa?
- Não me parece um termo técnico, nem adequado.
- Trepa ou não?
- Às vezes.
- O senhor...
- Espere aí! Receio que o psicanalista aqui seja eu.
- Não, doutor. Todos somos.
Médico sem palavras. O paciente prossegue.
- É por isso, doutor, que pensa que está vivo?
- Isso o quê?
- Fumar, beber, trepar. É por isso?
- Talvez.
- Ouça, doutor, nunca sentiu olhos a lhe vigiar?
- Não.
- Nunca sentiu que lhe controlam a vida? Nunca se sentiu como um cordeiro num rebanho qualquer?
- Isso é absurdo! Ninguém controla minha vida.
O paciente soltou uma risada longa e gorda.
- O senhor me diverte com sua inocência, doutor. Ouça, a sua vida é programada desde o nascimento até o óbito. O senhor faz parte de um sistema, assim como eu e todas aquelas pessoas lá fora. Acordar, comer, trabalhar, votar, fumar, beber, amar, dormir. Estamos presos. Há tempo para tudo, e tudo está delimitado. Mas isso não é o pior. O pior é saber que os outros cordeiros desconhecem o fato, isso realmente é pior. Compreende?
- Eu não sei o que di...
- Não. Não diga nada, doutor. Eu sei como é. Venha comigo até a janela. Olhe lá fora. Vê? As pessoas estão sempre apressadas, atrasadas, ocupadas demais para notar. Vê aquele mendigo ali? E aquele menino no sinal? E aquele sujeito correndo para pegar o coletivo? Vai chegar atrasado na senzala. Venha, vamos nos sentar novamente. Aceita um copo d’água, doutor? Onde fica a geladeira?
- Ali. Ponha um pouco de açúcar, sim?
O médico bebe a água com açúcar que o paciente lhe oferece. Um suspiro longo e um leve arroto, o médico diz:
- Quem controla?
- A resposta para essa pergunta está presente no dia-a-dia, nas relações de “Sim, senhor” e “Não, senhor”. Mas acho que a pergunta que deseja fazer não é quem, e sim por quê?
- Então, por quê?
- Existe uma ordem a ser mantida, doutor.
- E que ordem é essa?
- Ordem e progresso, o meu fracasso é o teu sucesso.
O médico está pálido. O paciente pergunta:
- Ainda se sente vivo, doutor?
- Não muito.
- É, eu sei bem como é estar morto. Venha cá, doutor. Vamos voltar à janela.
Longa pausa. Silêncio entre eles, quebrado apenas pelos barulhos externos. Apitos, buzinas, gritos, gemidos, palavrões, ruídos de fábricas, mãos trabalhando e dedos em máquinas de escrever.
- Você viu, doutor?
- O quê?
- Já passou.
- O quê?
- A vida, doutor. A vida