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quarta-feira, 30 de junho de 2010

PSTU: Convenção e ato confirmam candidatura de Zé Maria para presidente


 Agora é pra valer. José Maria de Almeida, o Zé Maria, é o candidato a Presidência da República pelo PSTU. A candidatura foi confirmada neste sábado, durante a Convenção Nacional do partido, em São Paulo. O evento reuniu 750 pessoas e foi cercado por muita emoção e homenagens.

No ato que confirmou a candidatura, foram chamados para compor a mesa todos os candidatos aos governos estaduais presentes na convenção: Vanessa Portugal, candidata ao governo de Minas Gerais; Simone Dutra, candidata no Rio Grande do Norte; Cyro Garcia, candidato no Rio de Janeiro; Gonzaga, candidato ao governo do Ceará; e Luis Carlos Prates, o Mancha, candidato em São Paulo. Também foram chamados para a mesa Claudia Durans, candidata a vice–presidente da República, Eliana Ferreira, candidata a vice-governadora de São Paulo. Dirceu Travesso, candidato ao Senado por São Paulo, e Vanessa Portugal coordenaram os trabalhos.

Mancha foi o primeiro a falar. Ao ser anunciado, o dirigente metalúrgico foi bastante aplaudido pelo plenário. Dirceu Travesso o apresentou, afirmando "aqui temos um candidato para combater o preconceito de classe, de cor, todos essa ideia de que um operario nao pode governar". Mancha iniciou sua fala fazendo uma saudação a todas as categorias que estão em luta e em greve, como os servidores da USP, do judiciário e do Ministério do Trabalho. “Os trabalhadores só conseguem sua emancipação se for através das lutas. Por isso, nossa candidatura estará a serviço de todas as lutas dos trabalhadores” , lembrou.

Mancha criticou as candidaturas de Geraldo Alckmin (PSDB) e disse que o petista Aloísio Mercadante não oferece nenhuma alternativa aos trabalhadores por representarem o mesmo projeto. “Hoje PT e PSDB estão se degladiando em vários estados, mas todos eles defendem a mesma coisa. Todos defendem em essência a continuidade do sistema capitalista”, declarou.

O candidato ainda lembrou que o projeto neoliberal aplicado pelo PT em nível nacional e pelos tucanos em São Paulo levou a redução dos salários dos trabalhadores do estado, enquanto houve um aumento dos lucros dos grandes empresários.

Em seguida Claudia Durans tomou a palavra. Emocionada, Claudia falou do orgulho em compor a chapa com Zé Maria e de como reuniu coragem para encarar o desafio. “Hoje iniciamos nosso seminário de programa. Nós estamos sistematizando o verdadeiro significado da candidatura de Zé Maria. Nosso desafio é enfrentar essa poderosa máquina de mentiras”, disse em referência as propagandas do governo federal que iludem a população.

Claudia aproveitou para denunciar a aprovação do Estatuto da Igualdade Social, que retirou de cena todo o debate sobre as cotas e sobre o direito das terras aos povos quilombolas. “O Estatuto da ‘Desigualdade’ é um grande atraso divulgado como uma grande vitória”, disse.

“Pra derrotar a burguesia, meu voto e Zé Maria”
O candidato à presidência pelo PSTU encerrou o ato. Antes de iniciar sua intervenção, porém, pediu a todo plenário uma homenagem aos militantes do partido que tombaram na luta contra o capital. Ao invés de um minuto de silencio, o candidato pediu para que o auditório fizesse uma salva de palmas para Gildo Rocha, assassinado há dez anos pela polícia de Joaquim Roriz em Brasília, e José Luís e Rosa Sundermann, assassinado em 1994.

Em seguida, o candidato falou sobre a necessidade de a candidatura enfrentar o desafio de desmascarar o real caráter do governo Lula.“Precisamos desconstruir essa mistificação sobre o governo Lula para reconstruir o sonho de ter um verdadeiro governo dos trabalhadores. Mas não basta dizer que o Lula traiu a nossa classe. Temos de dialogar para convencer os trabalhadores disso”, explicou.

Zé Maria exemplificou a traição do governo Lula no recém veto do governo ao fator previdenciário. O candidato explicou que, em um primeiro momento o governo sequer desejava aumentar o reajuste para as aposentadorias em 7%. “O fim do fator previdenciário poderia beneficiar 44 milhões de trabalhadores. Isso representaria um custo de 11 bilhões de reais. Mas o governo dizia que não tinha verba, que o país iria quebrar. No entanto, destinou mais de 380 bilhões para salvar os banqueiros e empresários da crise”, denunciou.

Em seguida, Zé Maria comparou a atual tragédia que atinge o Nordeste com o descaso das autoridades que levaram ao desastre no Morro do Bumba, em Niterói. “Se repete no Nordeste o mesmo que vimos no Rio. A responsabilidade pelas mortes só pode recair sobre os governos. Quando ocorreu o desastre no Rio, o que o Lula disse? Disse pra rezar para Deus. Mas não foi isso que ele disse aos empresários e banqueiros em crise”, disse.

O candidato ainda denunciou que, apesar de toda a propaganda do governo, 68 milhões de brasileiros ainda passam fome “por que o governo prefere investir no agronegócio que produz soja para servir de ração de gado para Europa” ao invés de mudar a política econômica.

Zé Maria não deixou de atacar a oposição de direita. “Não aceitamos a alternativa tucana que em oito anos de governo privatizou as estatais e aprofundou o neoliberalismo no país”, disse. Por outro lado, criticou duramente Marina Silva, do PV, que segundo Zé Maria declarou ter acordo com os projetos do governo Lula e do PSDB.

“Marina quando era do governo deixou que aprovasse a transposição do São Francisco. Foi com ela que se aprovou o loteamento da Amazônia e que também foram liberados os transgênicos. Que defesa do meio ambiente ela representa quando seu vice, o dono da Natura, é acusado de roubar plantas de povos indígenas?”, questionou.

Por fim, o candidato disse que seria possível fazer a reforma agrária, dar moradia digna à população, acabar com o fator previdenciário, por fim a discriminação racial e sexual.
Mas existe uma passo decisivo para implementar essas medidas. “É preciso romper as amarras que subordinam o país aos interesses do capital internacional. É preciso para de pagar as dividas, estatizar o sistema financeiro e nacionalizar as multinacionais”, concluiu sob aplausos.

Ao final do ato, os militantes cantaram o hino da Internacional, o hino da classe trabalhadora de todo o mundo. Depois, teve inicio uma festa junina, com shows, cordel e uma grande quadrilha, reunindo os militantes. Na festa, o casamento foi entre um militante imitando o presidente Lula e outro fantasiado de FMI.

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