Aos meus leitores não do meio jurídico, peço licença para publicar esse texto no Defesa, pois ele trata de advocacia. Ele tem dois títulos, pois não consegui definir-me por apenas um deles.
Adriano.
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Nessa semana do advogado, a OAB de Uberaba promoveu, no dia 06.08.2013, um palestra sobre um tema bastante controvertido aos advogados, o marketing jurídico.
Participei do referido envento, cujo o palestrante foi o Dr. José Jerônimo Reis, de Ribeirão Preto / SP.
Sem quere polemizar muito, até mesmo porque não fiquei para parte dos debates, discordo da visão do referido palestrista, no sentido de que o advogado moderno não pode ser mais o advogado romântico, mas sim o advogado empresário.
Ora, não discordo da necessidade de saber utilizar o marketing no meio jurídico, mas essa concepção de advogado empresário preocupa-me bastante , pois o romantismo da profissão é que evita a sua banalização e ainda, a exploração desmedida de colegas de profissão e dos nossos clientes.
Vejam bem: não sou contra que se busque o lucro por meio do exercício da advocacia. Ao contrário, como qualquer outro trabalhador, vivemos da força do nosso trabalho e temos que saber explorá-lo, de forma que ele nos garanta um melhor resultado, uma vida digna e confortável.
Portanto, não precisamos ser “empresários” para buscar a otimização de nossos escritórios. Como qualquer outro trabalhador que ganhe a vida honestamente ( pois é isso que somos e não empresários), devemos nos aperferçoar cada vez mais e nos destacar nesse mercado que é extremamente concorrido.
Então, falar em lucro, pura e simplesmente, sem pautar o dever ético, em advogado empresário, para mim é algo de todo equivocado, pois não são poucas as empresas buscam o aumento do lucro a qualquer custo, explorando cada vez mais os seus trabalhadores e consumidores. Nós advogados sabemos bem nisso. Essa visão de advogado empresário, me lembra e muito a das bancas de advocacia estaduniense, que para mim é o máximo de exploração de advogados por advogados, ou seja, pelos advogados proprietários sobre os advogados não proprietários das mesmas.
Com o devido respeito, mesmo consciente de que para toda a regra há excessões, o empresariado não pode ser um paradguima para a advocacia, sob pena desta perder não o seu romantismo, mas sim sua dignidade! Se sem visão empresarial já tem advogado agindo de forma desleal com colegas e clientes, imagem se ela vier a predomiar?!
Finalizando, dizendos devemos sim valer-mos do marketing jurídico, mas com a visão de que somos artesões da justiça , que se organizam para trazer qualidade de vida para si , sua família, seus colegas de trabalho e profissão e não como empresários que, via de regra, gananciosos, estão ai explorando trabalhadores e consumidores cada dia mais!
Abraços,
Adriano Espíndola Cavalheiro
Operário do Direito, romanticamente.
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