\

Sejam bem vindos. O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais, em especial acerca dos direitos e luta da juventude e dos trabalhadores, inclusive, mas não só, desde o ponto de vista jurídico, já que sou advogado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

20 mil acessos e preciosidades de nossas otoridades

Nesta postagem comemorativa aos 20 mil acessos ao nosso Blog, além de agradecer a audiência de todos, aproveito, como forma de denúncia de nossas autoridades incompetentes, para transcrever algumas pérolas políticas dos dois últimos bimestre

Inté.

Adriano Espíndola

“Vocês acham que o PSTU ganhará eleição com o discurso dele? Vamos supor que ganhe, acham que governa? Não governa.” -  Presidente Lula tentando justificar a adaptação que o PT sofreu até chegar na presidência, em 2003. Lula só não disse que tal adaptação se deu às custas de todos os princípios que norteavam a legenda em seu início. (Estadão 19/02/2010)

"[A prisão de Arruda] não é bom para o Brasil e para a política” -Lula, em conversa com o ministro da Justiça, relatada por um assessor ao site G1. Segundo este assessor próximo ao presidente, Lula achou lamentável e ficou “abatido” com a informação de que a prisão do governador Arruda (DEM) havia sido pedida pelo STF. Lula pediu a Polícia Federal que evitasse a exposição do governador, durante a prisão.
(www.g1.com.br - 11/02/2010)

“Não é compatível um indivíduo assim [homossexual] com o trabalho das Forças Armadas” General Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, indicado para o Supremo Tribunal Militar. A declaração homofóbica gerou polêmica, mas mostra a verdadeira cara reacionária do Exército no Brasil. 

“Lamento profundamente por aqueles que atacam nosso país, a generosidade do nosso povo e a liderança do nosso presidente.” Hillary Clinton, sobre a intervenção dos EUA no Haiti, uma declaração cínica da secretária de Estado que esconde a tomada do controle no país ocupado. (Folha de S. Paulo, 27/1/2010)

"A única diversão no Haiti é fazer filhos"  Deputado Jair Bolsonaro(PP-RJ), defendendo um "controle de natalidade" no país. A frase do militar de ultra-direita faz parte da ideologia de que a culpa da situação do Haiti é dos próprios haitianos. A frase de Bolsonaro (não apenas essa) é asquerosa. Infelizmente, a imprensa reforça esse tipo de saída, ao também jogar a culpa da crise haitiana no povo e não nos governos e empresas que sempre exploraram o país, mantendo governos sanguinários, como o de Papa Doc. (19/01/2010 - JB Online)

“Ela [a guerra] pode ser um instrumento para alcançar a paz.”  Barack Obama, no discurso de recebimento do seu contraditório Nobel da Paz. Na sequência, Obama incitou os países "que se preocupam com sua própria segurança interna" a apoiar a sua guerra contra ameaças como o Afeganistão e a Coreia do Norte.
(Ao vivo pela Record News, 10/12/2009)

“Acontece muito, em qualquer governo acontece assim. Se há espaço, você dá carona”  Nelson Jobimsobre a viagem de Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente, e seus acompanhantes em voo da FAB (Folha de S.Paulo 27/11/2009)

“Nós não corremos risco de apagão em hipótese alguma no Brasil.”  Lula, em março de 2009 (Extra Online, 11/11/2009)

“A ação do governo não é só em defesa do interesse público. É da saúde da mulher, também. Embora hoje câncer de mama seja uma doença masculina também. Deve ser consequência dessas passeatas gay.”  Roberto Requião (PMDB), governador do PR. Homofobia, ignorância e uma pitada de sadismo: ele disse isso num evento de combate à doença que estava sendo transmitido ao vivo pela TV Educativa do Paraná.
(Último Segundo, 27/10/2009)

“Se Jesus Cristo viesse para cá e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”  Lula, sobre seus aliados no Congresso Nacional, como Collor, Renan e Sarney. Lula disse que a manutenção de Sarney na presidência do Senado foi "questão de segurança nacional"
(Folha de S.Paulo - 22/10/2009)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Das invasões e das incursões

Amigos e amigas,

Abaixo, ótima reflexão do jornalista Bourdoukan.

Vale à leitura.

Adriano Espíndola
=-=-=-=-=-

Agronegócio ou agrocídio?

Aí vem a mídia e mancheteia que os sem-terra invadiram fazendas.

Invadiram fazendas?

Mas como invadiram fazendas?

Então para a mídia os sem-terra invadem fazendas e os Estados Unidos que invadem o Iraque e o Afeganistão realizam incursões?

Os sem-terra brasileiros ocupam terras brasileiras para produzir e são chamados de invasores e os Estados Unidos que atravessam os sete mares para invadir, assassinar e saquear nações soberanas realizam incursões?

E chama de tutela a ocupação de nações soberanas?

Quem pode confiar numa mídia saudosa das Capitanias hereditárias e das Sesmarias?

Que promove louvações aos empresários que arrasam a terra em nome dos agronegócios?

Denominar de agronegócio isso que os empresários fazem com a terra é um insulto à inteligência. O que os empresários fazem com a terra não é agronegócio, mas agrocídio.

Alias não sei porque continuo perdendo meu tempo e dos leitores nesse tipo de denúncia. Talvez na esperança de alguma dia os sem-terra e os sem-teto realizem incursões nas redações e as mantenham sob tutela...

Quem sabe assim, finalmente, teremos liberdade de imprensa nesse país.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

É possível acabar com a corrupção dentro do capitalismo?

Esquema montado no governo Arruda (DEM) levanta o debate sobre os limites da luta contra a corrupção
RODRIGO DANTAS*, DE BRASÍLIA (DF)

Os escândalos de corrupção se repetem e mostram como funciona a política no capitalismo: empresas privadas financiam a campanha eleitoral e elegem seus representantes – em geral, políticos-empresários, donos das terras, imóveis e construtoras, proprietários de igrejas, hospitais, escolas, rádios, TVs, jornais e empresas que prestam serviços ao governo. Para garantir a aprovação das leis de interesse dos que os financiam, os governos distribuem cargos, recursos públicos e favores de todo tipo. O balcão de negócios da política dos ricos só conhece a lógica do toma lá dá cá, em que é dando que se recebe. A lição é uma só: tudo e todos têm seu preço e a impunidade é a regra geral. Dentro e fora da legalidade, o capitalismo vive da corrupção do Estado. Não existe capitalismo sem corrupção!

O poder econômico dos patrões, ao eleger seus representantes como se fossem ―representantes do povo‖, possui todo o poder de governar, legislar, explorar e julgar os trabalhadores. Privatizam tudo, reservam 1/3 do orçamento para pagar juros a banqueiros, financiam empresas privadas com recursos públicos, gastam rios de dinheiro em propaganda, obras e eventos para obter contratos superfaturados e despejam bilhões de reais na vala da corrupção. Acaba no bolso dos patrões os recursos que sempre faltam para a saúde e a educação pública de qualidade, moradia e todos os direitos e necessidades da população.

Enquanto isso, os trabalhadores são obrigados a enfrentar filas gigantescas nos hospitais, torcendo para não morrer durante a espera; a qualidade da educação pública segue em queda livre; o de-semprego e a falta de perspectivas assola a juventude; as empresas terceirizadas impõem regimes de semi-escravidão aos trabalhadores e os salários da maioria não dão para o básico; sofremos com transporte público precário a serviço do lucro dos empresários, que nos limita o direito de ir e vir. Para os trabalhadores sobram apenas as migalhas do farto banquete de recursos públicos que nutre a riqueza dos patrões e seus políticos-empresários.

Não podemos aceitar que os patrões que nos exploram todos os dias sigam governando impunemente a serviço apenas da corrupção e de seus interesses privados. Basta!!!

* Rodrigo Dantas é professor do departamento de filosofia da UnB, diretor do ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior) e militante do PSTU.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

UMA LEITURA PRÁTICA E MILITANTE DE AVATAR

 

 

Na postagem Avatazonia, uma ótima análise do companheiro Cândido Neto sobre o filme Avatar, apresentamos uma leitura engajada e militante deste filme, que em minha opinião é um marco do cinema.

Quem ainda não assistiu, aconselho que o faça e no cinema, pois este é daqueles filmes que merecem ser assistidos na telona.

Impossível não comparar um dos momentos mais dramáticos do filme, quando os reais planos dos humanos vêem a tona e os argumentos de uma negociação mediada caem por completo. Os efeitos especiais nesta parte foram muito bem usados e analogicamente lembram Gaza ou Bagdá sendo bombardeadas por Israel ou Estados Unidos, diante da brava resistência.” , dizia Cândido Neto, no texto Avatazonia.


Para alguns, poderia ser um exagero essa nossa leitura, mas na última , sexta feira, 12.02, meu aniversário, os palestinos mostraram que entenderam a mesma coisa, realizando  diversas manifestações, acompanhados por israelenses e ativistas internacionais vestidos como os Navi’s (habitantes do planeta Pandora, no filme Avatar), para protestar contra o estado sionista.

Na manifestação abaixo, realizada em Jerusalém e contra o muro que segrega israelenses e principalmente os palestinos, o exército sionista seguiu o roteiro do filme Avatar: jogou gás contra os manifestantes.

Com informações dos Blogs (visite-os clicando sobre os seus nomes)

Língua Ferina

Blog do Bourdoukan

Blog Molotov

Assista aos vídeos da manifestação:

 

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Quem vai atrás do trio elétrico

Alegria, racismo e exploração disputam a avenida

Porto da Barra um dia antes da abertura do carnaval em Salvador

O carnaval de Salvador atrai multidões, grandes investimentos e recordes de audiência. A expectativa para este ano é de mais de 2 milhões de foliões, e movimentação de R$ 1 bilhão. Turistas brasileiros e do mundo inteiro chegam à capital baiana para pular e dançar atrás dos trios eletrizantes nas avenidas. As grandes emissoras de televisão e rádio dão visibilidade à festa, e dezenas de empresas investem na folia.

Criado pela população mais pobre, hoje, o carnaval de rua se transformou em um dos segmentos mais rentáveis da indústria de entretenimento do país. A ocupação de 100% da rede hoteleira de Salvador nos hotéis mais próximos dos circuitos (os gigantescos camarotes e arquibancadas que tomam os passeios e ruas dos trajetos). Os preços das centenas de blocos fechados variam entre 150 reais a dois mil reais por dia. Milhões de investimentos de grandes empresas como bancos, marcas de cervejas e companhias de telefonias disputam o espaço da avenida com a alegria e diversão do carnaval de Salvador.

O quê que o carnaval tem?
São diversos os estilos musicais presentes no carnaval. Nas avenidas, durante os seis dias de folia, passam blocos afro, de afoxé, samba, axé, sopro e percussão. Os blocos se revezam nas ruas com os artistas baianos e os camarotes oferecem centenas de atrações, como Djs, bebidas e comidas, entre a passagem de um trio e outro. Aparentemente, tudo parece harmonioso, todos se divertem e tudo é só felicidade e alegria. No entanto, lamentavelmente, essa festa tem sido marcada também pelo racismo e as desigualdades sociais da capital baiana.

A cidade em que a “pipoca” é negra
Apesar do elevado índice de mais de 80% da população soteropolitana ser negra, é uma minoria branca que pula nos blocos cercados por cordas e que freqüentam os camarotes luxuosos espalhados pelas avenidas. Algo que pode ser visto até mesmo pela TV. Diferente do que a mídia e os governos anunciam sobre a diversidade étnica e cultural que marca a festa e a cidade de Salvador, o espaço reservado para os negros e pobres no carnaval é a conhecida “pipoca”, foliões que não tem dinheiro para comprar um abadá e fica apinhada e espremida, separada dos blocos por uma corda e muitos seguranças. E aqueles que conseguem os abadás para pular nos blocos parcelam o seu valor em diversas vezes. Para aqueles que podem pagar, os melhores blocos e camarotes; para aqueles que não podem pagar, sobra a “pipoca”e as frequentes agressões dos policiais. Mais de 60% dos soteropolitanos que pulam o carnaval, os anfitriões da festa, ficam na pipoca.

Como se não bastasse a segregação social e racial simbolizada pelas cordas, os cordeiros são superexplorados, recebendo uma diária de apenas 26 reais. Ao todo, 60 mil trabalhadores seguram as cordas que separam os pagantes do folião pipoca, mas apenas 8,7 mil são sindicalizados. Durante todo o circuito, que dura em média de 6 a 10 horas, eles só recebem da empresa apenas duas barras de cereal, 2 pacotes de biscoito e 2 litros de água natural.

Bahia: a terra da alegria?
Diferente do mito do “baiano preguiçoso”, o carnaval representa um período de trabalho para uma grande parte da população da cidade. Estima-se que só com o trabalho informal, cerca de 200 mil pessoas trabalham vendendo comida, bebida, catando latinhas, guardando carros entre outras coisas. Segundo pesquisa da prefeitura, para cada cinco habitantes da cidade que pulam o carnaval, existe mais um trabalhando.

Com os holofotes voltados para os circuitos do carnaval, a violência contra a juventude negra dos bairros da periferia se intensifica. Em Salvador, cotidianamente, jovens negros são assassinados por grupos de extermínio. Durante o carnaval, com o esquema policial reforçado para garantir a segurança dos turistas e a imagem hospitaleira da Bahia, todo negro é suspeito. É a “faxina” das elites contra o povo pobre e negro da cidade.

PSTU na Avenida!
Toda segunda-feira de carnaval, o bloco sem cordas “Mudança do Garcia” sai do bairro Garcia e invade o circuito Campo Grande de Carnaval levando protestos e críticas ácidas aos políticos. Com humor e irreverência, o maior bloco popular de Salvador, que reúne cerca de 20 mil pessoas, entre moradores do bairro, sindicatos, partidos políticos e movimentos sociais, é composto por carroças, batucadas, carros enfeitados, foliões fantasiados e fanfarras.

Sem deixar de se divertir, mas também lembrando as mazelas de nossa sociedade, o bloco do PSTU esteve no cortejo do ano passado denunciando os efeitos da crise econômica sobre os trabalhadores. Vestidos com a blusa “PSTU nas festas populares”, o partido entoava ao som de uma marchinha de carnaval que a conta da crise deve ser paga pelos ricos e não pelos trabalhadores: “Não, não pago não. Essa crise não é nossa, essa crise é do patrão!”. Este ano o PSTU estará novamente na avenida se juntando a folia, mas chamando a conscientização e a solidariedade ao povo do Haiti e chamando a retirada das tropas da ONU do país. A gente se vê na avenida!